Vejo do cais mil janelas
Da minha velha Lisboa
Vejo Alfama das vielas
O Castelo, a Madragoa.
E os meus olhos rasos d'água
Deixam por toda a cidade
A minha prece de mágoa
Nesta canção de saudade.
Quando eu partir
Reza por mim,
Lisboa,
Que eu vou sentir,
Lisboa,
Penas sem fim,
Lisboa.
Saudade atroz
Que o coração magoa
E a minha voz entoa
Feita canção,
Lisboa.
Mas se ao voltar
Me vires chorar
Perdoa
Que eu abra a porta à tristeza
Para depois rir à toa.
Tenho a certeza
Que ao ver as ruas
Tal qual hoje as vejo
Esse teu ar de rainha do Tejo
Hei-de beijar-te,
Lisboa.
Hei-de beijar com ternura
As tuas sete colinas
E vou andar à procura
De mim nas tuas esquinas.
E tu Lisboa hás-de vir
Aqui ao cais,como agora
Para eu te dizer a rir
O que hoje a minha alma chora.
Quando eu partir
Reza por mim,
Lisboa,
Que eu vou sentir,
Lisboa,
Penas sem fim,
Lisboa.
Saudade atroz
Que o coração magoa
E a minha voz entoa
Feita canção,
Lisboa.
Mas se ao voltar
Me vires chorar
Perdoa
Que eu abra a porta à tristeza
Para depois rir à toa.
Tenho a certeza
Que ao ver as ruas
Tal qual hoje as vejo
Esse teu ar de rainha do Tejo
Hei-de beijar-te,
Lisboa.
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